Rio vai investir R$ 2 bi para despoluir praias, lagoas e Baías até 2014
As obras de despoluição da
Baía de Guanabara, da Lagoa Rodrigo de Freitas e das lagoas da Barra da
Tijuca, locais onde ocorrerão as provas esportivas nas Olimpíadas de
2016, vão consumir um total de R$ 2 bilhões. O valor foi divulgado pelo
presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), Wagner
Victer, durante apresentação a empresários, na Associação Comercial do
Rio de Janeiro.
O objetivo das obras é garantir uma melhoria
substancial na balneabilidade das diversas praias de mar aberto e também
as localizadas na própria baía, que recebe uma grande carga de poluição
orgânica dos municípios que a circundam, onde moram cerca de 12 milhões
de pessoas.
“Cerca de 70% dos investimentos que estamos
fazendo para atender aos compromissos olímpicos, voltados à área de
saneamento, já estão finalizados ou na reta final. Anteciparemos em pelo
menos um ano, em relação a 2016, a implementação de todos os
investimentos”, disse Victer.
O presidente da Cedae citou diversas
intervenções que visam a melhorar a qualidade das praias da baía e a
ampliação do sistema de tratamento de esgotos de Alegria, estação que
funciona ao lado da Linha Vermelha e que atende a 1,5 milhão de pessoas,
de 45 bairros.
“Nas próximas semanas estamos começando obras
importantes, que são compromissos olímpicos, como a despoluição das
praias da Urca, Vermelha e São Conrado. Nas lagoas da Barra, chegaremos a
praticamente 100% [de tratamento de esgotos] em 2016. Na Baía de
Guanabara, vamos triplicar a estação de tratamento de Alegria, saindo de
2,5 mil litros por segundo para 7 mil litros por segundo, pegando todo
aquele esgoto que desce do rio Faria-Timbó, que vem do Complexo do
Alemão e Manguinhos. Essas obras ficarão prontas até 2015.”
Wagner Victer disse que, em oito meses, estará
pronto o sistema de esgotamento da Ilha de Paquetá, no interior da baía.
A preocupação é garantir que haja menos poluição e lixo nas águas, que
sediarão provas olímpicas de vela, pois os detritos podem atingir os
barcos, prejudicando os competidores.
Ele explicou que nos municípios do outro lado da
baía, principalmente São Gonçalo, a maior preocupação é com o
recolhimento do lixo sólido que é lançado nos córregos e valões e depois
acaba indo para o mar. Embora essa coleta não seja competência da
Cedae, ele explicou que estão sendo construídas estações de tratamento
de rios (ETRs) que terão o objetivo de reter a maior parte do lixo.
“Existe um conjunto de obras, a cargo da
Secretaria Estadual do Ambiente, que vai garantir a instalação de
estações de ETRs, incluindo a do rio Irajá, que é um grande contribuidor
[de poluição]. Teremos ainda a Estação do Rio Sarapuí, já em operação e
que estamos ampliando sua carga, vinda da Baixada Fluminense. A Estação
Pavuna será inaugurada em até dez meses, recebendo a carga da zona
norte, e a de São Gonçalo também ficará pronta em dez meses. Além disso,
será construída uma estação no bairro de Alcântara.”
O presidente da Cedae explicou que o antigo
Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), iniciado ainda nos
anos 80 e que consumiu bilhões de dólares em recursos, com resultados
tímidos, já foi superado pelas ações atuais. “O PDBG original tinha um
conjunto de obras com um nível de tratamento não tão profundo como o
atual. As estações tinham um nível de tratamento primário só de 40% da
carga orgânica. Hoje temos estações com nível secundário, que processam
até 98% da carga orgânica. Em 2016, nós vamos entregar à população, aos
turistas e aos atletas uma Baía de Guanabara muito mais limpa.”
Fonte: Agencia Rio de Notícias