quarta-feira, 24 de agosto de 2011

um nobre ex morador de paquetá

Manuel José de Araújo Porto-alegre,[1] primeiro e único barão de Santo Ângelo (Rio Pardo, 29 de novembro de 1806Lisboa, 30 de dezembro de 1879), foi um escritor do romantismo, político e jornalista (fundador de várias Revistas, dentre elas a "Revista Guanabara", divulgadora do gênero literário romântico e "Lanterna Mágica", publicação de humor político) , pintor, caricaturista, arquiteto, crítico e historiador de arte, professor e diplomata brasileiro.

Biografia

Filho de Francisco José de Araújo e de Francisca Antonia Viana, seu nome de batismo era Manuel José de Araújo, modificado para Pitangueira por espírito nativista, quando da Independência e, mais tarde, chegando à forma definitiva: Manuel de Araújo Porto-alegre, sendo utilizada a grafia Manuel de Araújo Porto-Alegre por alguns biógrafos.
Porto-alegre chega ao Rio de Janeiro em janeiro de 1827, para matricular-se na Escola Militar do Rio de Janeiro. Estando, porém, a escola fechada, em férias, e como tinha noções de pintura e desenho (tendo sido, inclusive, pintor de cenários de teatro), ele se matricula na Academia Imperial de Belas Artes, na qual foi aluno de Jean Baptiste Debret.
Em 25 de julho de 1831, Porto-alegre viaja para Paris, em companhia de seu mestre e amigo Debret, que deixava definitivamente o Brasil. Na Europa, estuda na Escola de Belas Artes de Paris e viaja pela Itália, Inglaterra, Países Baixos e Bélgica. Volta para o Rio de Janeiro em maio de 1837 e passa a desenvolver atividades variadas como arquiteto, professor de desenho, poeta e, inclusive, crítico e historiador de arte, área na qual também é considerado como fundador da disciplina no Brasil.
Patrono da cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, Araújo Porto-Alegre ganhou nome de rua na cidade do Rio de Janeiro, justamente a rua onde fica a sede da histórica Associação Brasileira de Imprensa

Herma ao Barão de Santo Ângelo na Praça da Alfândega, em Porto Alegre.

Armas do barão de Santo Ângelo, as mesmas do ramo nobre português da família Araújo.
Manuel de Araújo Porto-alegre foi vereador no Rio de Janeiro, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, e nomeado diretor da Imperial Academia de Belas Artes em 1854, cargo que ocupou até 1857, quando iniciou sua carreira diplomática, primeiramente na Prússia, depois em Dresden (1860) e Lisboa, onde chegou em 1866 e permaneceu até sua morte. Em Lisboa recebeu o imperador do Brasil Dom Pedro II, quando este saiu em viagem de férias pelo mundo.
Em 1865, exercendo função diplomática em Dresden, Alemanha, Porto-alegre escreveu uma carta a seu amigo Joaquim Manuel de Macedo, que era professor dos filhos da princesa Isabel de Bragança, na qual ele se declara espírita e fala de suas psicografias recebidas do Plano Espiritual, revelando que a princesa Isabel, católica, lhe perguntou "quem é meu espírito protetor?". A carta se encontra arquivada no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, e contém 12 páginas manuscritas, correspondência essa que foi publicada na íntegra, com análise circunstanciada, no livro "Barão de Santo Ângelo, O Espírita da Corte" (Editora Lorenz), de autoria do jornalista Paulo Roberto Viola.[2]
Em 1874, Porto-alegre foi agraciado pelo imperador do Brasil D. Pedro II com o título nobiliárquico de barão de Santo Ângelo, com brasão de armas. Como todos os outros nobres do império, todavia, não teve seu título e brasão transmitidos a seus descendentes. O brasão utiliza as mesmas armas do ramo nobre português da família Araújo,[3][4] da qual Porto-alegre descendia.
Todos os descendentes do barão de Santo Ângelo não utilizam mais o sobrenome Araújo, vindo a adotar Porto-alegre como sobrenome.
Seus restos mortais foram trazidos ao Brasil em 1922.

[editar] A primeira charge


A primeira caricatura do Brasil.
Porto-alegre foi o primeiro artista a publicar uma caricatura no Brasil.
Entre 1837 e 1839, de volta de sua viagem à Europa, Manuel de Araújo Porto-alegre produziu uma série de litografias satíricas que eram vendidas em unidades separadas nas ruas do Rio de Janeiro. A primeira, intitulada A campainha e o cujo, circulou em 14 de dezembro de 1837, vendida por 160 réis, mas não fora assinada (sua autoria só seria reconhecida posteriormente) e apresentava Justiniano José da Rocha, diretor do jornal Correio Oficial, ligado ao governo, recebendo um saco de dinheiro.
Nesse mesmo ano, o artista escreveria a peça Prólogo dramático, podendo, pois, ser considerado, sem grande margem de erro, o primeiro dramaturgo brasileiro, já que tanto o Barroco como o Arcadismo, além da fase inicial do próprio Romantismo, foram, na literatura, movimentos eminentemente poéticos.
Porto-alegre lançou ainda, em 1844, a revista Lanterna Mágica, primeira publicação de humor político da imprensa brasileira, que circulou por onze edições, incorporando a charge e a caricatura, que deixaram assim de ser vendidas separadamente. A publicação, que tinha o subtítulo Periódico plástico-filosófico, apresentava dois personagens que criticavam as situações do momento, Laverno e Belchior, à semelhança dos tipos Robert Macaire e Bertrand, criados pelo caricaturista francês Honoré Daumier e que tinha em Rafael Mendes de Carvalho seu principal desenhista.
Também deixou outras obras, entre elas, Colombo, Brazilianas e a Estátua Amazônica.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

cadê a segurança????

 

Polícia apreende 40 bombas em morro de Paquetá, que já tem favelas controladas por facções rivais

Publicada em 30/09/2008 às 23h30m
O Globo

Policiais do 17º BPM e RP Monte fazem operação no Morro Pendura Saia na Ilha de Paquetá e apreendem 40 bombas artesanais. Foto - Ana Branco RIO - Antes considerada um lugar tranqüilo, a Ilha de Paquetá, na Baía de Guanabara, voltou às páginas policiais quatro dias depois do assalto a uma pensionista, na madrugada da última sexta-feira. Policiais civis e militares apreenderam nesta terça, durante uma operação na ilha para descobrir os envolvidos no roubo, 40 bombas de fabricação artesanal no Morro do Pendura a Saia. Ninguém foi preso, mas os moradores ficaram com a sensação de que a violência finalmente desembarcou no seu pequeno pedaço de terra cercado de água por todos os lados.
De acordo com PMs que patrulham a região, as duas principais favelas da ilha, a Pendura a Saia e a PAC, são controladas por traficantes de facções rivais. A primeira seria ligada ao grupo do Jacarezinho e a segunda, à quadrilha do Morro do São Carlos, no Estácio. O comandante do 17º BPM, coronel Célio Pedrosa, entretanto, garante que o crime organizado ainda não se instalou em Paquetá, apesar de reconhecer a existência de "esticas" - pontos avançados de venda de drogas.

 

A Ilha de Paquetá grita por socorro

Publicada em 01/10/2008 às 15h24m
Artigo do leitor Roberto Lisboa Waichenberg

Vímos com tristeza, estampada nos jornais, a notícia de que polícia apreendeu 40 bombas em morro de Paquetá, que já tem favelas controladas por facções rivais e assim, cabe explicações de como apareceram estes problemas.
Com a destruição das matas e o surgimento destas favelas, aumentou consideravelmente o calor na Ilha, secando os poços artesianos que ajudavam no equilíbrio do uso de água potável, hoje já resolvida pela CEDAE com o ramal de Laranjal.
Mas a Ilha, apesar de não perder os seus encantos naturais, é o retrato do abandono, pois não tendo um coeficiente eleitoral que seja justificável, por via de conseqüência, não tem também nenhum interesse para os políticos. A violência começa a tomar lugar na comunidade indefesa e carente.
A Ilha de Paquetá, antes o berço das serestas, refúgio turístico freqüentados pelos veranistas, pois não havia ainda a Ponte Rio-Niterói e assim, davam movimento ao comércio e às atividades sociais e artísticas da época, mas que com as mudanças no curriculum colegial acabaram com os meses das férias escolares programadas, foi também um dos fatores, que somados à poluição do mar à a destruição das capas de matas dos morros, os problemas de deficiência nos transportes que continuam até hoje sem solução, e com o dito surgimento das favelas, motivaram a fuga dos veranistas em busca de lugares com mais conforto e segurança, causando grandes prejuízos no comércio da nossa Ilha de Paquetá.
Muito se tem falado e solicitado em ajuda de nossas autoridades, para o abandono a que foi relegada a nossa Ilha de Paquetá, outrora a "Pérola da Guanabara", mas hoje com três favelas, responsáveis pelo desmatamento constantes da capa de mata que cobria os morros, e da fuga para as ruas dos animais pela perda de seu habitat, isto tudo, levando-se em conta que toda a Ilha, tem somente oito km2. Com as praias totalmente contaminadas pelo lixo e pelo esgoto que são despejados no fundo da Baía, pelos rios Guaxindiba, Surui, Estrela, Faria Timbó e outros, além do assoreamento que provocam, causando sérios problemas para a navegação de passeio/turismo e a de passageiros.
A Ilha de Paquetá grita por socorro e ajuda, mas os políticos nossos são surdos e desinteressados.

um povo sem cultura...é fácil de manipular e enganar!!!agora estou entendendo..

Ilha de Paquetá tem o pior índice
de abandono no ensino médio


Gabriela Pacheco e Sérgio Vieira, do R7 | 09/12/2010 às 19h02

A Ilha de Paquetá, zona norte do Rio de Janeiro, tem o pior indicador de abandono no ensino médio nas escolas públicas, com 43,42%.  A média da cidade é 18,09 %, de acordo com informações divulgadas nesta quinta-feira (9) pelo movimento Rio Como Vamos.
Segundo a ONG (Organização não-governamental), a zona portuária, a Cidade de Deus, Botafogo, o Complexo do Alemão e Santa Teresa também requerem prioridade pelo governo. Em contrapartida, Vila Isabel, Centro, Copacabana, Realengo e Lagoa estão com os menores índices de abandono escolar no ensino médio.
Em um ciclo vicioso que o governo não conseguiu interromper, a distorção de idade no ensino médio – alunos com dois ou mais anos fora da série ideal - chega a 59,41%. Na Cidade de Deus, a porcentagem alcança 92,20%. Os outros lugares que precisam de atenção urgente com relação às políticas públicas são as mesmas localidades citadas à cima, com exceção de Botafogo. O Centro é o lugar com o melhor indicador de evasão escolar, com 40,48%.
Quanto à reprovação, o índice piorou nos últimos quatro anos. De acordo com a pesquisa, entre 2006 e 2008 o indicador saltou de 16,2% para 24,3%. Já o ano de 2009 fechou em 25%.
O consultor Elvis Bonassa explica que a intenção do Rio Como Vamos é organizar dados que permitem conhecer mais a cidade. E com essas informações, possibilitará  que o governo repense suas políticas públicas.

na época das eleições....todo mundo quer ajudar!!!!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Paquetá é Tema em Reunião com Eduardo Paes e Rubens Andrade no Alto Leblon

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Nossa Ilha dos Amores é tema em reunião no Leblon!
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Eduardo Paes, candidato que, como todos sabem, apoio para assumir a Prefeitura do Rio, é também um admirador e conhecedor da História da nossa Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Eduardo reconhece a importância da recuperação urbanística e cultural de nossa ilha. Segundo ele, Paquetá não pode permanecer no abandono em que se encontra.


Meu Pai, Guilmar Brito, ao lado de Rubens Andrade,
Fernando William e sua esposa, Conceição
e Eduardo Paes, discursando entre amigos

Foi muito gratificante ter ouvido Eduardo Paes, em reunião realizada no Leblon, citar com tanta emoção a nossa ilha e ratificar sua intenção de vê-la recuperando o lugar que merece no cenário da cidade, como um de seus recantos turísticos mais aprazíveis e recomendados.

Rubens Andrade, Fernando William e Conceição,
Eduardo Paes ao centro, no momento em que citava Paquetá e
ao meu lado, a anfitriã, minha irmã, Eliane Issa


Esta reunião ocorreu neste último sábado de agosto, na residência de minha irmã e meu cunhado, Paulo Roberto Issa.
Paulo Roberto com a taça de vinho,
o anfitrão e alguns dos convidados


Entre eu e Rubens Andrade, minha mãe, Arminda Brito,
ao lado de Conceição, esposa de Fernando William

Rubens Andrade e sua esposa,
ao lado de minha irmã, Eliane e seu marido, Paulo Roberto, os anfitriões


Os convidados eram, na grande maioria, seus vizinhos do Leblon

Além de Eduardo Paes, estavam lá figuras ilustres,
como seu amigo Fernando William, um dos mais brilhantes
e corretos políticos de quem o povo de nossa cidade ainda pode se orgulhar

Assim como Fernando William, eu também apoio para
Vereador do Rio de Janeiro o Candidato Rubens Andrade,
por sua integridade e brilhante atuação durante seus
dois mandatos anteriores.


Foi por sua conduta, durante esses dois mandatos, que vislumbrei a possibilidade de Rubens Andrade abraçar as causas da população de Paquetá, já que até então, temos estado órfãos, pois o que temos visto é abandono, descaso e retrocesso.

Rubens Andrade abraçou essa idéia!

Não só ele, como também sua linda esposa, que ao ouvir algumas das propostas apresentadas demonstrou profunda sensibilidade, cultura e vontade de contribuir e apoiar para que se tornem realidade.

Obviamente que os temas abordados durante essa reunião foram,
em sua maioria, pertinentes ao Leblon, já que ali
residia a maioria dos convidados.


Mas foi muito emocionante ver como essas pessoas
também se empolgaram com a possibilidade de ver nossa ilha
novamente como a jóia da Baía de Guanabara!


Parece que todos se reportam à infância quando falam de Paquetá!

Estavam ainda presentes o Deputado Rodrigo Bethlem, os síndicos dos poucos grandes condomínios do bairro e o Presidente da Associação dos Proprietários de Imóveis do Leblon e de Ipanema.

Por fim, ficou acertado com Rubens Andrade, um próximo encontro, cujo objetivo será o de verificar, dentre os pleitos de interesse de nossa população, por mim apresentados, quais desses competem à Câmara de Vereadores, bem como o de definir as providências a serem adotadas para sua viabilização. Tão logo tenhamos essas definições, publicaremos neste blog.

Obrigado por sua Visita!

Não Perca a Próxima Matéria!

1 comentários:

Anônimo disse...
É lamentável que até hoje dia 20/10/2010,nada foi feito pela Ilha de Paquetá,a nossa ilha continua afundando.Caminhões com canos de descarga voltados para o chão levantando tanta poeira misturadas com fezes e urina de animais,as calçadas da orla afundando(colocam barro e mais barro)quando vem a maré cheia,aí afunda tudo novamente,a solução seria colocar em todas as calçadas da orla,onde o mar bate,pedras e cimento(concreto),aí sim este problema estará resolvido.O esgoto,trocar todas as manilhas,não remenda-las.As comunidades da Ilha,não se pode remove-las,então o jeito é:que se plante muitas árvores em frente a essas comunidades,pelo menos tirar a péssima visão de quem chega em Paquetá.A areia da praia da Moreninha está sumindo(a maior parte é barro),na praia colocaram duas tubulações,que as vistas dos turistas é esgoto,porque não coloca-las pelas ruas até umas pedras ali perto para desembocar estas águas fluviais.Soluções tem,é só colocar em prática. Confiamos no Prefeito Eduardo Paes,no governador Sérgio Cabral,o qual tem a Ilha de Brocoió,em frente à Paquetá a sua disposição. PAQUETÁ É TURISMO, Atenciosamente,

A história do Brasil esquecida e abandonada


Solar Del Rei, em Paquetá, vive seus dias de plebeu

 13 de dezembro de 2009 por

Imóvel que já hospedou Dom João VI está interditado e espera reforma emergencial para não desabar por completo.
Depois de ter sido a mais suntuosa propriedade de Paquetá e de ter hospedado por diversas vezes Dom João VI , o Solar Del Rei, em Paquetá, vive tristes dias. Logo na entrada, uma placa adverte sobre a interdição e o risco de desabamento. O imóvel, que abriga a única biblioteca da ilha, foi fechado pela prefeitura em 27 de outubro, após anos de abandono. A construção está caindo aos pedaços.
Em decorrência dos problemas no telhado, infiltrações e rachaduras se espalham por toda parte, o forro do teto está empenado e ameaça cair, e estão podres as esquadrias de madeira. O muro da propriedade também corre o risco de ruir. Nas salas que abrigam duas carruagens do século XIX, a água escorre pelas paredes internas nos dias de chuva.
Para garantir a restauração do imóvel histórico, o Ministério Público Federal está movendo uma ação civil pública contra a Fundação Anita Mantuano de Artes do Rio (Funarj), proprietária do solar. Mas a instituição informa que, como o imóvel está cedido para o município do Rio por prazo indeterminado desde 1976, cabe à prefeitura fazer a manutenção dele.
O município reconhece a responsabilidade e informa que está prevista uma obra emergencial, que inclui parte da cobertura, esquadrias e o muro. Mas ainda não há data para começar, já que os R$ 667 mil orçados ainda não foram liberados. Segundo Paulo Vidal, coordenador da Subsecretaria municipal de Patrimônio Cultural, está prevista uma restauração completa, financiada pelo BNDES.
— A reforma emergencial deve durar seis meses e visa a dar segurança ao solar, ao acervo e às pessoas que lá trabalham. Em seguida, assim que os trâmites do financiamento estiverem resolvidos, começará uma reforma completa, incluindo a parte de paisagismo, que custará cerca de R$ 1.900 — explica Paulo.
Em 21 de outubro, o Iphan realizou uma vistoria no local e constatou que o principal ponto de deterioração é o telhado. Foi feito um novo ofício à prefeitura para que obras emergenciais sejam iniciadas logo. Segundo o laudo, o imóvel está em franco estado de degradação interna e externa. A visita anterior da instituição ao solar ocorreu em 2006, quando já haviam sido feitas recomendações para cessar o processo de ruína.
Ameaça de multa pelos anos de abandono. Tentativa de acordo para a reforma do imóvel fracassou
Além da restauração do solar, o Ministério Público Federal (MPF) quer que a Funarj pague uma multa correspondente ao dobro dos prejuízos causados pelo abandono. Se não houver recursos suficientes para as obras necessárias, o MPF pede ainda que o Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan) se responsabilize pelas reformas.
— O MPF tentou resolver a questão por meio de um acordo, um termo de ajustamento de conduta, mas as instituições não se manifestaram — disse a procuradora da República Gisele Porto, responsável pela ação civil pública.
Cláudia Luna, coordenadora da ONG Nosso Papel, responsável pelo projeto Ponto de Cultura de Paquetá, lamenta o fechamento da biblioteca não só pela decadência do patrimônio histórico, mas pela interrupção do atendimento na biblioteca. Ela foi uma das organizadoras de um abaixo assinado entregue na última segunda-feira à Secretaria municipal de Cultura.
A Biblioteca Popular funcionava desde 1977 na construção.
O acervo, com cerca de 15.300 títulos, ainda está lá, assim como parte da memória da Ilha de Paquetá, que inclui fotografias antigas.
— O solar é fundamental para a educação das crianças da ilha porque, além dos livros, o espaço abriga exposições, lançamentos e cursos. A ilha tem cerca de quatro mil moradores, sendo cerca de 700 crianças e adolescentes. Eles são desprovidos de opções de lazer e cultura e vivem isolados até por conta do preço das passagens das barcas — argumenta Cláudia.
Bens tombados, porém tombados
Em Paquetá, há 17 bens tombados em níveis diferentes — um deles é um conjunto de ilhas próximas. A Escola Municipal Pedro Bruno, um dos dez imóveis tombados pelo município, é outra construção da ilha que carece de restauração.
Na fachada lateral, há infiltrações e muitas janelas estão com os vidros quebrados.
O palacete, em estilo neoclássico, foi a terceira e última sede da Fazenda São Roque e, desde da década de 60, funciona como escola. Paulo Vidal, da Subsecretaria municipal de Patrimônio, diz que há um projeto em curso para reformar toda a escola.
Em frente à escola, há um singelo coreto, na Praça São Roque, feito de alvenaria, com colunas toscanas e guarda corpo em cobogós cerâmicos.
No alto, há um beiral recortado em madeira. Alguns pedaços estão faltando.
No Parque Darke de Mattos, na Praia José Bonifácio, quase todas as luminárias e brinquedos estão quebrados. O lugar, tombado pelo Inepac, foi parte de uma antiga residência. Seus jardins têm árvores centenárias, túneis, mirantes e trilhas. O Globo, 6 de dezembro de 2009

fotos de um turista ,e seu desabafo!!

2/02/2010-jornal extra

Leitor mostra abandono de espaços públicos de Paquetá

Texto e fotos do leitor Antonio Carlos da Silva

Eu-Repórter: falta de conservação em Paquetá/ Foto do leitor Antonio Carlos da SilvaEu-Repórter: abandono em Paquetá/ Foto do leitor Antonio Carlos da SilvaEu-Repórter: abandono em Paquetá/ Foto do leitor Antonio Carlos da SilvaEu-Repórter: abandono em Paquetá/ Foto do leitor Antonio Carlos da SilvaEu-Repórter: abandono em Paquetá/ Foto do leitor Antonio Carlos da Silva
RIO - Gostaria de cobrar do prefeito do Rio, Eduardo Paes, um pouco de carinho pela Ilha de Paquetá. Acontece que nossos ícones estão se deteriorando e a prefeitura nada faz para minimizar o problema. Já estamos com nossa biblioteca interditada pela Defesa Civil, nossas ruas estão cheias de buracos, nossas praças estão totalmente abandonadas, os desmandos estão por toda parte. Não temos mais a quem recorrer. As fotos mostram um pouco das nossas mazelas

mais uma...cadê o respeito!

Cemitério de Paquetá é interditado por causa de irregularidades

As sepulturas abertas Foto: Divulgação
Ana Carolina Torres

O Cemitério de Paquetá - um dos 13 que pertencem à Santa Casa de Misericórdia - foi interditado na manhã desta sexta-feira(01/04/2011) pela Coordenadoria de Controle de Cemitérios e Serviços Públicos, órgão da Prefeitura do Rio. Sepultamentos e exumações estão suspensos até segunda ordem. Visitas podem acontecer normalmente.
Segundo o coordenador de Controle de Cemitérios, Luiz Gustavo Pereira, em fevereiro deste ano o Cemitério de Paquetá foi alvo de uma vistoria que constatou 25 irregularidades - a mais grave delas, sepulturas abertas. Foi dado um prazo de 30 dias para que a administração providenciasse os reparos. Mas, ao voltarem nesta manhã, os fiscais encontraram, além das 25, mais quatro irregularidades.
- Quarenta dias depois da vistoria, nada foi feito. Há muito mato e proliferação de mosquitos, o que é preocupante nesta época do ano, por causa da dengue - disse Luiz Gustavo.
De acordo com ele, o cemitério - que é tombado - foi multado em R$ 13 mil. Caso o local venha a se adequar às normas, poderá voltar a funcionar. Por enquanto, quem falecer em Paquetá terá que ser enterrado em cemitérios do Rio.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Um pedaço do Rio de Janeiro que o tempo esqueceu

Jornal do Brasil, Ricardo Albuquerque, 04/set
Antônio Montes, 80 anos, será o próximo comerciante da Ilha de Paquetá a fechar as portas do seu negócio. Com os olhos cheios de lágrimas e a conta bancária negativa, ele não consegue mais honrar as despesas e os tributos para manter o Balneário Nacional, restaurante onde o governador Carlos Lacerda costumava almoçar para conversar sobre o pedaço de terra mais charmoso da Baía de Guanabara. O destino de Antônio Gomes é o mesmo de outros cinco lojistas que desistiram, este ano, de lutar contra a crise econômica que assola Paquetá.
- Eu abro o restaurante todos os dias com muita tristeza porque eu amo este lugar. Estava habituado a receber norte-americanos, franceses, espanhóis e pessoas de várias partes do Brasil. Agora, nem os cariocas aparecem por aqui - desabafa ele.
O declínio econômico de Paquetá já fora constatado há quatro anos quando o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) publicou o Almanaque de Paquetá, que assinala os pontos fortes e fracos da ilha e serve como referência histórica da região. De lá para cá, segundo o ex-presidente da Associação Comercial de Paquetá - já desativada -, Jorge Augusto da Costa Gomes, 65, nada foi feito para revitalizar o turismo, principal fonte de renda local. Proprietário do único trenzinho da ilha puxado por um trator, Jorge também foi afetado pela decadência comercial. Na sexta-feira, o veículo circulou apenas para levar seis passageiros até a estação das barcas.
- Há dois anos, eu tinha dois tratores, dois vagões e seis funcionários. Hoje dá apenas para manter um veículo com vagão e dois funcionários - lamenta ele, que cobra R$ 3 por uma volta pela ilha.
O preço das passagens das barcas é apontado como um dos fatores que prejudicam o turismo. Para chegar a ilha, é preciso reservar R$ 6,60 (barcas ida e volta) ou R$ 12 (aerobarcos). Segundo a lojista Patrícia Gidsin, 42, que mora no Rocha, no Rio, e trabalha na Casa de Material de Construção Paquetá, é comum as embarcações apresentarem problemas ao longo do trajeto de 17 quilômetros da Praça 15 até Paquetá.
- As lanchas também não cumprem o horário. Ou saem atrasadas ou se adiantam - observa Patrícia, que assistia ao jogo de cartas disputada pelo primo, Cláudio, e mais dois amigos, durante a travessia.
A questão do transporte também afeta os comerciantes. A maioria ainda utiliza o frete que sai de uma balsa da Ilha do Governador, como Valderi Joaquim Cardoso, 56, que há 30 anos mantém uma mercearia na Rua Coelho Rodrigues, apesar da queda acumulada de 70% do movimento nos últimos dez anos. Segundo ele, o custo para receber as mercadorias - sem incluir despesas com compra dos produtos - chega a R$ 300 só com o frete. Outros preferem pagar aos barqueiros que saem da Ilha de Itaóca, em São Gonçalo, que chegam a Paquetá com caixotes de legumes, rações, verduras e outros mantimentos. Próximo à estação das barcas, ao lado do estacionamento de bicicletas de quem trabalha no Rio, é possível participar de rifas de frutas e legumes a R$ 3.
- A carne bovina é muito cara por causa do transporte. A ilha tinha três açougues que hoje estão fechados. Carne só no mercadinho e olhe lá - revela Adalton da Silva Monteiro, 72, o Jiló, que se mudou da ilha para o Centro do Rio para fugir do aluguel.
O setor imobiliário foi atingido pelo esvaziamento econômico. Mais de 40 imóveis estão à venda ou disponíveis para serem alugados. De acordo com o corretor de imóveis Nilton França, 60, a ilha adquiriu a característica de um bairro-dormitório: dos 1.500 imóveis de Paquetá apenas 3% são comerciais. Na Rua Manoel de Macedo, uma casa está à venda por R$ 90 mil há dois anos. Na Praia dos Tamoios, vende-se por R$ 320 mil mansão que vale 20% a mais.
- Se a desativação econômica continuar, poderá causar uma desvalorização de 10% nos preços no próximo ano - alerta França. Para o proprietário dos hotéis Fragata e Paquetá e do restaurante Charretão, Carlos Alberto Schoca Silva, 52, os comerciantes deveriam se unir para mudar a realidade.
- Não sei até quando vou agüentar. Estou no vermelho há anos, ao ponto de ser obrigado a buscar hóspedes no Rio de Janeiro.
Garagem de charretes cria impasse
O investimento de R$ 600 mil para a construção do estacionamento de charretes gera polêmica em Paquetá. Os 30 charreteiros cooperativados criticam a Prefeitura do Rio e a empreiteira Globo Engenharia, que teriam entregue a obra antes de finalizá-la. Segundo os trabalhadores, algumas pias para ração não foram construídas, além da estrumeira ter sido condenada pela Comlurb.
- Sem falar no espaço para armazenar ração, que não utilizamos porque não dá para subir uma escada de madeira sem resistência - constata o charreteiro José Baptista.
O fiscal da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Fernando Capella, diz que 95% da obra estão prontos e rebate a acusação dos trabalhadores.
- Eles não participaram da execução da obra como estava acordado. O que falta fazer é replantio de mudas para garantir uma área de pasto para os animais. Até dezembro estará tudo resolvido - observa Capella.
O charreteiro Edir Rosa Lima, 53, diz que o engenheiro da empreiteira não permitiu que eles acompanhassem a obra. Segundo Lima, a prefeitura poderia garantir incentivos para a categoria, que depende exclusivamente do turismo para sobreviver.
- A falta de apoio do governo prejudica o nosso trabalho. Nós precisamos de um patrocínio antes que o serviço acabe - diz Lima.
No estacionamento ficam alojados 57 cavalos e 19 charretes, onde antes era um descampado próximo às casas de funcionários públicos municipais e de charreteiros.
- Quando o Bateau Mouche afundou, no réveillon de 89, nós afundamos juntos. De lá para cá, o número de charretes diminuiu de 31 para 19 - atesta Mauro Nunes, 40.
Os charreteiros lembram com carinho da embarcação, que naufragou no réveillon de 1989. Os trabalhadores recordam que o barco trazia turistas de terça a sábado para visitar a ilha. A volta de charrete custa R$ 25 pelos pontos turísticos de Paquetá, com direito a histórias sobre as lendas da ilha. Em cada veículo cabem cinco pessoas.